Decreto de Trump sobre “direito de solo” preocupa casais brasileiros que buscam cidadania norte-americana para seus filhos

O decreto do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que suspendeu o chamado “direito de solo” (jus soli), previsto na Constituição norte-americana, tem gerado apreensão entre casais brasileiros que viajam ao país com o objetivo de garantir a cidadania para seus filhos. A norma, vigente até então, assegurava a cidadania norte-americana a qualquer pessoa nascida em solo dos EUA, independentemente da nacionalidade dos pais.

Lavínia Naue, arquiteta do Rio Grande do Sul, viajou a Miami em dezembro para o nascimento da filha, Livia, que está previsto para fevereiro. A viagem faz parte de um programa legal, com custo de aproximadamente 20 mil dólares, que garante que o parto e os primeiros cuidados ocorram nos EUA. “Tudo foi feito de forma legal, e acreditamos que a Livia terá mais oportunidades no futuro com a dupla cidadania”, explicou Lavínia. Contudo, com o decreto de Trump, o casal agora enfrenta dúvidas sobre o impacto da nova política no plano traçado para sua filha.

De acordo com o advogado Acacio Miranda, especialista em Direito Internacional, a decisão de Trump já enfrenta resistência em estados governados por democratas, que ingressaram com ações judiciais para barrar a medida. “Esse é um processo que pode levar anos e talvez só tenha um desfecho após o governo de Trump”, esclarece Miranda.

Enquanto isso, imigrantes brasileiros que já vivem nos Estados Unidos também acompanham o desenrolar da situação. Vanessa Stracci, que mora no país há seis anos e é mãe de Lis, de um ano, acredita que a medida, caso prevaleça, pode tornar o processo mais burocrático, mas não necessariamente inviabilizará a cidadania para filhos de imigrantes. “A cidadania americana é uma oportunidade gigante para o futuro da minha filha”, enfatizou Vanessa.

A polêmica em torno da suspensão do jus soli deve se estender pelos tribunais norte-americanos, gerando incerteza para famílias que apostam na cidadania americana como uma forma de proporcionar mais oportunidades a seus filhos. Para brasileiros como Lavínia e Vanessa, o momento é de esperar e buscar alternativas enquanto o futuro da legislação permanece indefinido.

Com as disputas legais e políticas em andamento, o cenário ainda é incerto. Mas uma coisa é clara: o tema não afeta apenas brasileiros, mas também imigrantes de diversas partes do mundo que veem nos Estados Unidos a chance de um futuro melhor para seus filhos.

By Paula Santinati

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Relacionados